sexta-feira, 3 de abril de 2009

Festival de bobagens






Como tenho buscado cada vez mais me informar sobre teatro, estou acompanhando alguns sites e blogs sobre o tema. Tem muita bobagem, mas tem coisas ótimas também! Olha que maravilha que achei no site revista Bacante. Vou mandar um e-mail para eles para parabenizar. Eles entendem do negócio mesmo.

 

 

Receita para fazer uma peça do Fringe ou Lehmann deveria ter dito: crianças, não façam isso no palco



1. não se preocupe com o que a sua peça queria dizer ou sobre o quê venha ser seu espetáculo. Afinal, a obra é aberta, némsm?, deixe que o público formule: sentido, entendimento, dramaturgia, para isso é fundamental cenas aleatórias, às vezes repetições.

2. Baby, um cenariozinho pop é chic no último, viu? Referências a desenho animado, programa da Xuxa, guerra do Vietnã, Beatles, misture tudo num liquidificador colaborativo e fica frio e seguro, você tá na moda, fechando.

3. Atenção  diretor, interfira na cena. Mas faça isso durante a apresentação. Sabe o que tá sendo uma tendência forte? Um microfone. é: um microfone. No meio da cena mande o ator fazer a rubrica direito ou mande-o refazer.

4. Citações em francês, até falas, diálogos inteiros, são suuuuper recomendáveis. Há os que prefiram alemão, esses são minoritários, o velho e surrado gromelô de guerra cai bem ainda, agora música tem que ser ou francesa sussurrada ou uma em inglês. No caso de se preferir uma canção em inglês todo o maior cuidado do mundo pra ser uma canção que ninguém conheça de um grupo obscuro. Sim, já ia esquecendo, falar em inglês também tá valendo. Ficar sem dizer alguma coisa em língua estrangeira, boff, é ficar pra trás, tá?

5. Pegue uma cena, rascunhe de modo bem bruto, com o corpo, com sentido aleatório e depois traga essa cena de volta num contexto que a plateia diga: óóóóóóóóóó´

6. Constate, divulgue, amplifique a falência do dramático com a excelente vantagem de não ter de investigar, sugerir, propor alternativas

terça-feira, 31 de março de 2009

Olá, Pessoa!

Foto: Guto Muniz

Domingo passado fui ver lá na Odeon Cia Teatral o monólogo Olá Pessoa! com o excelente ator Alexandre Cioletti, que conta a venturas e desventuras de um homossexual. A direção é de Carlos Gradim.

 Olhe, eu gostei, mesmo porque o tema é polêmico e deve ser amplamente divulgado. Afinal ninguém tem nada com isto mesmo, não é? Cada um é cada um e temos que ter muito respeito pelas escolhas das pessoas. Eu tenho e admiro-os muito. Bobagem é ter preconceito. Recebi aquela carta daquele jovem homossexual que foi espancado lá na moradia da UFMG e até mandei um e-mail para o MGTV, dando uma sugestão de matéria. A jornalista me retornou, por telefone, o que foi muito educado.

 

Agora, voltando à peça, quando entrei eu esperava ver mais, confesso. A minha sensação foi de assistir e participar (havia esta possibilidade) de uma palestra de um cara gay, que contou sua história, mostrou alguns poucos detalhes - a meia colorida, por exemplo – e, de teatro mesmo, foi pouco. Ele mostrou uns azulejos quando falou das experiências dele em banheiros masculinos.

Depois, abre outra “porta” e acontece uma espécie de show onde ele disse que tivera a experiência de cantar como o Ney Matogrosso. Uma bobagem, porque eu acho que é mentira mesmo.

Mas não deixou de ser uma palestra como tantas outras, só que o local era um teatro. Poderia ser um salão de uma Faculdade ou de uma entidade qualquer, poderia ser também uma palestra de algum congresso.

Achei que o Pessoa se vestia com muita sobriedade. Pra que terno? Eu preferiria que fosse mais informal e até que tivesse algumas cenas pelo menos um pouco picantes para mostrar o seu personagem gay assumido. É isto gente.

Não tinha nenhuma bobagem lá não. Olá Pessoa é coisa muito séria. 

segunda-feira, 16 de março de 2009

Av. Pindorama 171

Foto: Guto Muniz

Um dia destes, acho que foi dia 5 deste mês de março, fui ver lá no Galpão Cine Horto uma peça com o nome “Av.Pindorama, 171”. É um monte de histórias. Ainda na fila um amigo me disse que era curtinha, só 50 minutos. Já gostei porque aquelas peças com mais de 1 hora cansa, né?

 

Começou o espetáculo. Interessante a trama, sim, sim. O lance das bananas no palco era muito bom, apesar de serem feitas de esponja pintada de amarelinho, o que ficou uma bobagem. Os atores muito bons. Músicas muito boas. Luz também boa, mas as imagens que apareciam no telão, muita coisa não deu para ver porque estavam muito escuras e apagadas e a explicação de fundo infelizmente não deu para a gente ouvir direito não.

 

Olhem, não deu para ouvir o que se falavam não. Acho que chama articulação, em teatro. Os textos eram bons falando das contradições de nosso país, de artistas famosos, personagens da história brasileira, etc e tal. Eles mostraram tudo fazendo críticas e denúncias, etc. Ah gente era coisa demais da conta. Uma falação sem fim. Uma gritaria!

 

E... Muita repetição. A minha impressão é que uma diretora de uma escola pública ou particular resolveu fazer teatro, juntou os alunos mais espertos, inteligentes, falantes, descontraídos e aqueles mais deslumbrados, claro, (povo de teatro é deslumbrado com tudo que fazem) para fazer uma peça de teatro. É parecia coisa de escola, é isto. Achei mesmo. Uma bobagem, gente. Parecia uma escola e aqueles atores lá mostrando uma realidade brasileira mais ou menos.

Olhem, mas o esforço daqueles atores foi 1000!

 

Agora não foram 50 minutos não. Foi muito mais tempo. Acho que o cara que me falou de 50 minutos esqueceu de dizer que era para multiplicar por 2. Achei grande demais e muita repetição. É isto aí.

 

Ah, o Chico Pelucia, quero dizer Pelucio, elogiou, apoiou, estimulou o grupo a seguir em frente. Ele nem foi doido de dizer alguma bobagem, né não?

Ciao povo!

Congresso Internacional do Medo

Foto: Guto Muniz


Ontem fui ver a peça “Congresso internacional do medo”. A diretora e criadora é Grace Passô. Passou no teste. Mas ela continua com a mania de mostrar alguma coisa caindo ou derramando no palco. Desta vez não foi abacate caindo, nem aquela lama horrorosa do outro espetáculo. Desta vez foi sangue mesmo (de mentirinha, claro). E o sangue saía de um grande filtro de barro. Uma bobagem, minha filha.


O teatro estava lotado. A peça é muito boa. Um tanto monótona no início. Custou a pegar movimento, ritmo mesmo. O público em silêncio. Aquela expectativa né? Acho que a maioria do povo lá na platéia era do ramo teatral. A gente sabe. Pelo menos 90% era. Aliás, eu gosto muito de escutar, sem ninguém saber, claro, o que o pessoal fala quando termina o espetáculo. Gente, cada coisa! Mas os do ramo acham tudo, mas tudo mesmo, LINDO! Mas a gente entende né? São artistas e vivem naquilo lá, deslumbrados!


Voltando ao congresso do medo. Cada ator falava uma língua diferente. Havia uma mulher numa cadeira de rodas que traduzia tudo. No início é interessante, mas depois cansa aquela falação dela. Os atores ótimos, o melhor era um que falava uma língua que misturava o castelhano com o catalão. Muito interessante, além disso, o ator tinha um excelente timbre de voz. O assunto dele no congresso era sobre peixes.


Tinha uma mulher lá com a cabeça e rosto cobertos que falava uma língua que deve ser do Bin Laden. Só mais no final é que fui saber por que a encapuzada estava lá. Para ter um filho em cima da mesa de reunião dos congressistas. Foi hilário! Ela não teve medo nenhum de ter o filho de pano lá porque o catalão, especialista em peixes, tentou, tentou, tentou e conseguiu tirar a “menina”, ou seja, um pano prateado lá das intimidades dela. Até que a cena foi muito interessante! Por mais que sugeriria, ao invés da bobagem daquele pano, usar um bebezinho mesmo, daqueles que vendem nas lojas e que se parecem mais com bebês. É só uma sugestão. Já quase no final da trama, na mesma mesa, a tradutora morreu. Achei interessante a relação vida e morte. Acho que era isso que eles queriam passar mesmo.
Tinha um outro lá, um negro, que falava português mesmo. Era bom, era. Mas não sei direito porque estava lá. Juro!


Tinha um índio. Ah não gostei do jeito do silvícola não. Falou pouco, contou algumas poucas coisas da aldeia dele, mas ... sei lá. Ele fez questão da presença de uma índia, irmã dele lá na reunião. Pra que aquela menina lá gente? Achei uma bobagem. Ela ficava mexendo lá no chão. Disseram que estava fazendo um ritual para enterrar uma formiga que um dos congressistas matou na mesa. Uma bobagem, né? Os personagens ficavam no início matando supostas moscas. E a índia só enterrou a formiga. Os outros bichinhos não tiveram nenhum ritual. Também a gente não viu nenhum. Foi o irmão dela que contou isto. E a indiazinha lá. Sentada ou dando uma volta na mesa. Mas, gostei muito deste congresso. Achei a melhor que eles já fizeram, porque mesmo tendo feito muito sucesso nunca fui lá muito fã das outras duas peças do grupo, que vi várias vezes. Mas, o pessoal adora. Pessoal de teatro acha tudo LINDO mesmo

Fala Comigo Como a Chuva

arquivo grupo


Fala comigo como a chuva.

Vi esta peça várias vezes. Dois atores, um casal, dirigidos por Cynthia Paulino. A história é muito boa. Um casal em crise existencial. Muito sofrimento naquela relação, coitados. A mulher sofria mais que o homem. Ele dorme, acorda, conta a história da banheira de gelo na qual o jogaram. Claro que foi por causa da bebedeira. Ele tinha cara de bebúm mesmo. Eles dormem em camas separadas, uma bobagem. Mas existia muita ternura naquela relação. Eles eram gente boa sabe? Ali encaixaria direitinho um bom psicoterapeuta, um psicólogo ou psiquiatra para ajudá-los naquele casamento sofrido, tão sofrido que a platéia sofria junto com eles. Tadinhos, dava dó. Uma angústia tão grande naqueles dois!

Ela ficava numa andação pelo palco, devorando os livros e revistas espalhados sobre a cama (uma bobagem) e ficava só tomando água, sem parar. Não gostei dos modelos daquele tanto de garrafa de água que mais pareciam garrafas de pinga ou de licor. Uma bobagem, minha filha. Quando ela pega a primeira garrafa a gente pensa que é pinga mesmo. Depois ela explica. Ah vai ver que ela aproveitou os vasilhames de vinho, pinga, licor né? Eu acho que seria melhor mesmo uns jarros de água ou garrafas próprias para água. Agora, falando em água, tem uma hora lá que a água começa a jorrar pela parede do suposto quarto onde toda a trama acontece. O chão fica totalmente alagado. Este povo de teatro gosta de derramar coisas no chão né? Uma bobagem, mas eles acham LINDO.

Achei uma bobagem aquela mulher usar tanta camisola, tanto robe, causando aquela dificuldade para tirar, vestir de novo tudo molhado, tirar de novo. Ah não. Fazia parte da trama, mas será que não bastava aquela camisolinha até bem bonitinha e um robezinho simples?
No mais eles caiam naquele aguaceiro, simulavam cenas de amor lá na água e tudo. E os movimentos de luta? Quantos tapas! Será que queriam sugerir agressão? Será? Sei não! O cara não parecia ser violento não. Ele deixava transparecer uma pessoa bem calma até. As falas eram ótimas! A gente sai de lá pensando nos dois. Será que eles tentaram a relação de novo? Ela dizia que ia envelhecer num hotelzinho desconhecido. E ele? Até agora não sei por onde anda aquele gato não. Vai ver que já foi fisgado pela mulher dele né? Mas na última cena, ele a chama para a cama. Será que ela foi? Depois do banho magnífico de chuva que ela leva pode ser que ela foi se esquentar debaixo do cobertor com ele né não? É... pensando bem, aquela chuva espetacular deve ter lavado a alma daquela pobre mulher, calejada de tanto sofrer por amor. A gente sai de lá sem saber direito o que aconteceu, mas a mensagem sim a gente entendeu de verdade: crise de relacionamento das braba!!! Ela queria discutir a relação.... estas coisas.....Ele... queria dormir.....

Máquina de Pinball

Foto: Marco Aurélio Prates


Ontem vi a peça de teatro “Máquina de Pinball”. Achei muito boa de verdade. Foi longa, mas não vi o tempo passar. A narração prendeu a gente e era preciso ficar muito atenta para não perder o fio da meada (não da mijada. Quem conhece a língua espanhola sabe que o vocábulo meada = mijada em português).

Voltando à máquina de Pinball. Três ótimos atores, uma atriz que marcou presença. Depois me disseram que ela estava substituindo. Nem parecia, pelo contrário, parecia ter muita estrada. Eu não vi tantas bobagens ali não gente! Vi muita coisa boa! Os 3 atores lá no palco conseguiram passar a mensagem que queriam. A gente viaja pelos locais que eles aparentemente estão e pelas cidades de São Paulo, Londres. Imaginamos lugares. Mas, não entendi a bobagem de ficar subindo e descendo naquelas ferragens enquanto falam. Uma bobagem. Porque eles não param e depois, falam? Pára, fala. Pára, e fala, gente!

Outra bobagenzinha também é que não dava pra ler as letras da projeção de onde eu estava sentada. Mas, gente, isso não é bobagem, é ERRO mesmo.

Uma coisa me chamou a atenção também. Logo no início, a atriz aparece numa cena com um guarda-chuva aberto, tipo cenas dos espetáculos da grande Ione de Medeiros. É, a menina falou, falou, mas eu fiquei pensando porque será? Pode ser que eles não encontraram outro “objeto” para aquela cena. Mas isto nem é bobagem, isto é imitação, CÓPIA mesmo.

Mas achei válido. Afinal na arte como na vida tudo se copia, tudo se transforma, partindo de outra cópia. Nada se cria? É pode-se até criar, mas sempre baseado em outra criação que por sua vez veio de outra, de outra....de outra....

É assim mesmo. Deus fez o mundo e daí pra frente um começou a olhar para o outro e viram que só conseguiam fazer alguma coisa com ou para o outro. Sozinho não! Ah, vou ver o que o outro tá fazendo e ... daí começam as imitações. E algumas vezes a pessoa tenta ser “original”, mas tenta tanto, que acaba cometendo “o pecado original”. Um fiasco. E a pessoa, coitada, pensa que está arrasando mas está arrasando sim é nas bobagens que está fazendo. Ah gente, não vou escrever mais não. Definitivamente não vi tantas bobagens nesta tal “Máquina de pinball”, mas deu para ver sim as bobagens que a política, a sociedade, as empresas estão fazendo com o ser humano tão sofrido.

Bobagens e mais Bobagens



Foto: Guto Muniz


Outro dia vi na TV uma cena de uma peça de teatro com uma atriz que não sei quem é e com aquele moço do Galpão, eu não me lembro o nome. (Se fosse Toni Ramos eu ia lembrar né?)

Mas... fazer o que? Pois é, aquele ator que até eu gosto muito pelo papel de Jesus que ele fez na “Rua da Amargura”. Quem é do meio deve saber de quem estou falando. Então, ele e a tal atriz desconhecida para mim, falaram de um espetáculo que está rolando lá no Galpão Cine Horto.

Mostraram uma cena. Uma bobagem. Olhe gente aquilo não se mostra em TV. Era uma sujeira, as paredes do tal lugar imundas, cheias de buracos, uma cama branca descascada. Feio demais. Porque não mostraram o que o povo gosta de ver, ou seja, um lugar limpo, ainda que pobre, mas com um mínimo de bom gosto!?

Gente este povo de teatro não tem noção das coisas não. Eles querem é falar o texto deles com a maior perfeição possível (às vezes nem alcançam este objetivo) e nem olham para os lados. Eles querem é aparecer e depois receber elogios e palmas, muitas palmas e... de pé. Se não for de pé não vale. Agora me digam: quem não vai elogiar? Uai, fica feio, o cara vai ficar triste, as pessoas que estão por perto precisam ouvir que o cara é bom (mesmo não sendo lá no fundo, no pensamento). Então o povo elogia e diz: puxa você arrasou, você é bom demais cara! Mentira pura, saem dali dizendo aquilo que gostariam ter dito mas não tiveram coragem. E aí sim, com os amigos, os namorados, ou quem for da roda deles metem o pau no pobre ator que ainda está lá recebendo os cumprimentos e feliz da vida porque todo mundo tá encantado com ele. Encantado é ele coitado! Para os artistas tudo é maravilhoso. É a mesma coisa quando você vai comprar um vestido. Vocês já ouviram algum vendedor (a) dizer que o vestido não ficou bonito em você? Duvido! O papel dele ou dela é vender então mesmo que eles achem horrível não vão dizer senão não vendem. É claro né?

No início era o verbo - Grupo Oficcina Multimédia





Um grupo de atores pediu-me para falar sobre as bobagens que vejo nos espetáculos de teatro que já assisti e que ainda assisto de quando em vez....

Convivo bastante com este povo de teatro e até gosto muito. Eles são meio que deslumbrados demais, eu acho. Eles são meio bobos ou abobalhados demais, acham tudo LINDO. Umas coisas feias eles acham o máximo, coitados. Eles não têm muita noção das coisas não. A grande maioria dos que conheço respira cultura. São mesmo muito cultos. A gente acaba gostando do negócio.

É, eu, nos meus primórdios de minha vida cheia de aventuras e desventuras, andei pelos caminhos da arte também. Tive que inventar muita arte para passar para meus alunos, primeiro na cidade de Santos Dumont onde fiz grandes espetáculos em campo de futebol para toda a população. Depois em S.Paulo, num colégio do qual fui uma das fundadoras, criei a primeira bandinha. Os pais das crianças do jardim da infância ficavam deslumbrados. Mas duvido que algum daqueles meninos seguiu a carreira artística. Pois é naquele colégio que hoje é enorme fiz muito teatro.

Bom voltando aos atores, às peças de teatro que vi.


Foto: Marco Aurélio Prates

A última que vi foi No Labirinto – Um dia com Teseu, o outro com Ariadne, do Grupo Oficcina Multimédia. Eu fui no dia do Teseu, da mitologia. Excelente, muita criatividade no cenário, nos figurinos. Chamou-me a atenção uma coisa: só 35 pessoas podiam assistir ao espetáculo. Todos tinham que tirar os sapatos e colocar um chinelinho branco, aqueles de motel, sabe? Uma bobagem. Pois é, fiquei olhando para os pés daquele povo. Tinha um de terno e gravata. Será que ele ia mesmo tirar o sapato lustroso dele? Bom, depois vi. Ele entrou de meia. Ô gente pra que esta bobagem de chinelinho? Entra sem sapato e pronto. Mas acho que era mesmo para chamar a atenção do povo.

Mas a peça do Teseu era muito bonita, como todos os trabalhos que já vi do Grupo Oficcina Multimédia. Mas quem viu aquilo tinha que ter cultura. Eu até que tenho alguma, mas não entendi muita coisa. Os atores não disseram uma palavra. Tinha uma mulher lá que desmaiava, bebia alguma coisa, desmaiava. Tinha também uns bonitões lá com espada simulando luta. Muito legal. A gente ficava andando em uns labirintos muito bem elaborados e ficava olhando e cada um que pensasse o que quisesse porque ninguém falava nada. Coisas que só a arte pode fazer, né?