segunda-feira, 16 de março de 2009

No início era o verbo - Grupo Oficcina Multimédia





Um grupo de atores pediu-me para falar sobre as bobagens que vejo nos espetáculos de teatro que já assisti e que ainda assisto de quando em vez....

Convivo bastante com este povo de teatro e até gosto muito. Eles são meio que deslumbrados demais, eu acho. Eles são meio bobos ou abobalhados demais, acham tudo LINDO. Umas coisas feias eles acham o máximo, coitados. Eles não têm muita noção das coisas não. A grande maioria dos que conheço respira cultura. São mesmo muito cultos. A gente acaba gostando do negócio.

É, eu, nos meus primórdios de minha vida cheia de aventuras e desventuras, andei pelos caminhos da arte também. Tive que inventar muita arte para passar para meus alunos, primeiro na cidade de Santos Dumont onde fiz grandes espetáculos em campo de futebol para toda a população. Depois em S.Paulo, num colégio do qual fui uma das fundadoras, criei a primeira bandinha. Os pais das crianças do jardim da infância ficavam deslumbrados. Mas duvido que algum daqueles meninos seguiu a carreira artística. Pois é naquele colégio que hoje é enorme fiz muito teatro.

Bom voltando aos atores, às peças de teatro que vi.


Foto: Marco Aurélio Prates

A última que vi foi No Labirinto – Um dia com Teseu, o outro com Ariadne, do Grupo Oficcina Multimédia. Eu fui no dia do Teseu, da mitologia. Excelente, muita criatividade no cenário, nos figurinos. Chamou-me a atenção uma coisa: só 35 pessoas podiam assistir ao espetáculo. Todos tinham que tirar os sapatos e colocar um chinelinho branco, aqueles de motel, sabe? Uma bobagem. Pois é, fiquei olhando para os pés daquele povo. Tinha um de terno e gravata. Será que ele ia mesmo tirar o sapato lustroso dele? Bom, depois vi. Ele entrou de meia. Ô gente pra que esta bobagem de chinelinho? Entra sem sapato e pronto. Mas acho que era mesmo para chamar a atenção do povo.

Mas a peça do Teseu era muito bonita, como todos os trabalhos que já vi do Grupo Oficcina Multimédia. Mas quem viu aquilo tinha que ter cultura. Eu até que tenho alguma, mas não entendi muita coisa. Os atores não disseram uma palavra. Tinha uma mulher lá que desmaiava, bebia alguma coisa, desmaiava. Tinha também uns bonitões lá com espada simulando luta. Muito legal. A gente ficava andando em uns labirintos muito bem elaborados e ficava olhando e cada um que pensasse o que quisesse porque ninguém falava nada. Coisas que só a arte pode fazer, né?

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